Bom, escrevi esse texto no dia 24/04/2011. Ela ainda estava bem aqui comigo e nós duas vivíamos como estávamos acostumadas a fazer. Mariele foi minha irmazinha, minha primeira filhilha e para sempre será. Se hoje eu sei amar incondicionalmente, é porque em todos os dias que ficamos juntas, ela me mostrou e ensinou o significado e a força do amor. Nunca a agradeci por isso... mas sei que ela sabe. Ela sempre soube de tudo! Má, o meu amor por você é eterno. Estaremos sempre juntas. Eu te digo isso todos os dias!
Ser mulher é tão estranho. Quer dizer, o instinto materno é uma coisa inexplicável. Passeando no shopping de mãos dadas com minha prima de dez anos e rodeada por bebês e crianças, eu me imaginei mãe. Consegui sentir como se estivesse dando a mão para o meu pequeno Dylan. De repente, eu era responsável pela minha prima e me sentia como uma mãe que zela pelo seu filho. Aquilo por mais bizarro que fosse, me trouxe uma sensação de paz. Eu me sentia completa! Sem perceber, no impulso perguntei para minha prima:
- Má, você acha que serei uma boa mãe?
Ela sorriu e ficou meio encabulada com as buchechas rosadas:
- Eu acho!
- Sério?
- Uhun.
- Você acha que eu vou ser malvada ou boazinha?
- Boazinha.
- Eu vou ser muito grudenta?, perguntei agarrando o ar com minha mão livre.
- Eu não sei..., ela balançou os ombros.
- Mas você acha mesmo que eu vou ser uma boa mãe?
Mais uma vez me veio a imagem de eu segurando na mão de um menininho lindo, e sorrindo com ele. Íamos encontrar com o papai. Será que eu seria uma péssima mãe? Aquilo me assustava, queria ser uma mãe maravilhosa! A melhor de todas as mães! Ela me resgatou desse devaneio dizendo:
- Eu não acho, tenho certeza!
Emocionada por ouvir tais palavras, eu a abracei e dei um beijo em sua buchecha. Depois, as coisas fluíram naturalmente e eu voltei a ter dezessete anos novamente. Mas eu nunca fui infantil!
Paula Amorim