Quem sou eu

Escrever alguma coisa não é simples como parece. Um texto que através de palavras, passe emoções e sentidos, exige sentimentos. Não tem hora ou lugar para se escrever. O segredo da escrita é colocar no papel o que seu coração te diz. Nunca deixe de ouvi-lo, porque quando um coração fala você é capaz de escrever palavras que nunca poderia imaginar. O melhor de escrever é provocar a reação final no leitor. Começar um blog é extremamente monstruoso. Parece um bicho de sete cabeças! Mas, nós duas estamos aqui para desvendar esse desconhecido. Por favor, se alguém quiser ler sobre algo, dê a sugestão. Quem sabe não vira um texto interessante? Deixem comentários nos textos que gostarem e também nos que não gostarem. Não é só de elogios que o homem progride, precisamos de críticas! O blog “Weird and Greasy” nasceu para suas autoras expressarem seus sentimentos e provocarem emoções em seus leitores. Esperamos, sinceramente, que todos gostem e se identifiquem com pelo menos um texto. Aproveitem!

domingo, 18 de março de 2012

Intrínseco


Chove. O mundo desaba fora e a única coisa que consigo fazer é pensar em você. É como se eu estive reclusa no meu forte! A imperatividade da chuva poderia quebrar as janelas, formar buracos nas paredes, romper a fechadura das portas e aniquilar o telhado da minha casa, porém, nenhuma catástrofe me atingiria, pois me encontro em outra dimensão: estou presa no seu coração. O que é coração? O que é você? O que é toda essa chuva? O que é o tempo? O que é a distância?
  Eu honestamente não sei. Como compreender algo como a chuva? Senhora que te pacifica e apavora ao mesmo tempo. Como pensar em você, sendo um completo enigma indecifrável na minha mente? Como amar algo tão desconhecido à minha natureza? Paradoxo, mistério muito tempo passado - conheço cada detalhe impalpável. Como convencer à saudade que o tempo não está e que a distância é desprezível perto do amor compartilhado? Como coração? Cor e ação? É isso? Palavras soltas, pensamentos que vagam e atravessam a minha mente iguais a trens fantasmas sem rumo. Chove mais e mais.
  A verdade chega e se veste soberana. A água escorre sem fim e traz consigo a consciência dos fatos. Os sentimentos refletem em cada gota mínima e cristalina. Os olhos medrosos a encaram, mas nada enxergam senão o outro lado da gotícula incolor. Persiste, seja intrépido! Entenda cada recheio que se esconde dentro dessa sinceridade. Abranja seu repertório e tome (re)conhecimento! Não fuja mais para longe. Não procure mais o sol em busca de ofuscar-se em seus raios dissimulados. Deixe a chuva cair. Empoça o chão e a alma transcende. Um suspiro escapa perante a concepção das sensações apresentadas.
  O amor mostra a sua face mais uma vez por um momento instantâneo e, de modo abrupto, evapora. A memória perece e se escuta um barulho varialmente acelerado. Os demais sons são abafados e no fundo, dentro dos olhos, ecoa vívido e emocionado: tum tumtum tumtumtum tumtum tumtumtum tum tumtumtumtum. Quanto mais próximo e em desepero, mais forte. Porém, quanto mais perto do horizonte e em profunda dor, permance forte nunca susta. Não insolvência. E a chuva subsiste.

Paula Amorim