Quem sou eu

Escrever alguma coisa não é simples como parece. Um texto que através de palavras, passe emoções e sentidos, exige sentimentos. Não tem hora ou lugar para se escrever. O segredo da escrita é colocar no papel o que seu coração te diz. Nunca deixe de ouvi-lo, porque quando um coração fala você é capaz de escrever palavras que nunca poderia imaginar. O melhor de escrever é provocar a reação final no leitor. Começar um blog é extremamente monstruoso. Parece um bicho de sete cabeças! Mas, nós duas estamos aqui para desvendar esse desconhecido. Por favor, se alguém quiser ler sobre algo, dê a sugestão. Quem sabe não vira um texto interessante? Deixem comentários nos textos que gostarem e também nos que não gostarem. Não é só de elogios que o homem progride, precisamos de críticas! O blog “Weird and Greasy” nasceu para suas autoras expressarem seus sentimentos e provocarem emoções em seus leitores. Esperamos, sinceramente, que todos gostem e se identifiquem com pelo menos um texto. Aproveitem!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Soul mate

Sei que essa montagem ficou genial, HAHA,
mas é de coração.
Me lembro como se fosse hoje, em algum dia de outubro de 2010, te encontrei revoltado pelo mesmo motivo que eu. 
O tempo passou e trocamos conversas, revoltas, segredos, alegrias e tristezas. 
Descobrimos que gostamos das mesmas bandas, dos mesmos livros, dos mesmos filmes e assim nossa amizade surgiu naturalmente. 
Só tinha um problema: você estava a, no mínimo, uns 1030km de mim.
É triste não poder te ver, não poder te abraçar quando você está triste ou bater na sua casa pra contar alguma coisa empolgante. Mas quer saber se isso nos impediu de sermos amigos? Obviamente que não.
Esse foi um dos motivos de eu querer sempre falar com você, saber como você estava e o que tinha de novo pra me contar.
Me divirto com nossos planos, nossas conversas sem sentido e nossa paixão platônica por McFLY. Adoro rir do seu sotaque, das suas manias e das suas expressões estranhas. Você me faz bem.
Nossa amizade me fez perceber que não precisa estar perto pra gostar de alguém e que distância nenhuma consegue separar uma grande amizade.
Como explicar pra alguém que meu melhor amigo é uma pessoa que eu nunca vi na vida? Simples, você me conhece e me entende melhor do que qualquer outra pessoa.
Posso dizer que meu dia valeu a pena quando temos um boa conversa, quando você não está aqui eu fico perdida, não tenho com quer compartilhar minhas alegrias, conquistas, medos e frustrações.
É incrível como já conseguimos dizer se um está bem ou não só pela maneira como nos cumprimentamos.
Obrigada por me entender e por ler cada lamento ou surto meu desesperado na madrugada, saiba que eu sempre estarei pronta pra ouvir seus lamentos e surtar com você também.
Só tenho a dizer que espero que nossa amizade ainda dure bastante, que você sempre tenha paciência comigo, que um dia nos encontremos e possamos realizar pelo menos metade dos planos que fizemos juntos.
Obrigada por ser a melhor pessoa possível falando do Dougie, do Danny, do Harry, ou do Tom e me ajudando a lidar com meus dilemas. E por fim, obrigada pelos momentos juntos e por sempre botar um sorriso no meu rosto.
Amo você, meu melhor amigo.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Indiferenças

  Pó. Havia partículas de pó por todos os cantos da casa. Os perfumes vencidos que repousavam estáticos em sua penteadeira evidenciavam o descaso de Elisa. As marcas das inumeras xicaras de café, que tomava durante as madrugadas de insônia, não saiam mais dos moveis velhos e desgastados de madeira escura. Uma velha, com seus vinte e poucos anos, vasculhava a pilha bagunçada e infindável de seus rascunhos. Estava desesperada! Na maioria das vezes, entrava nesse estado de pânico, aparentemente sem motivo. O que tanto procurava? Nada que estivesse ali, escondido, no meio de tantos papéis. 
  A solidão a matava. Não suportava ter que viver sozinha com seus peixinhos, que já bóiam na superfície da água escura de seu pequeno aquário havia mais de um mês. Já passou a idade da mulher jovem se casar. Elisa auto definiu seu status de relacionamento: intragável. Havia sido criada para permanecer sozinha, pois, apesar de ser sonhadora, era arisca em demasia. Na verdade, quando decidiu ser escritora, casou-se com os livros. Escrever exigia sensibilidade de percepção! Mas o que é da sensibilidade sem a emoção? 
  Após seu ataque inconsciente de fúria, ela deitava em meio as páginas espalhadas pelo chão e chorava em silencio. Quando se cansava de chorar, adormecia por um tempo incerto. Acordava, servia-se de uma pequena dose de uísque e ligava a vitrola, que havia ganhado como herança de sua avó, e dançava ao som de Billie Holliday. Mais lagrimas escorriam, porém, dessa vez havia um sorriso em seu rosto. A música a fazia bem... Uma das poucas coisas pela qual ela zelava era a a vitrola da avó. 


Paula Amorim

sábado, 7 de abril de 2012

Cold

Sete e trinta e oito da manhã, acordei com a chuva batendo em minha janela. 
Era um sábado frio e cinzento, fiquei feliz. 
Levantei-me ainda enrolada nas cobertas para colocar água para esquentar na chaleira. 
Meu estômago estava vazio e chiava de fome, precisei alcançar alguns biscoitos no armário enquanto observava o fogo. As chamas realmente me impressionavam.
O tempo frio se tornou propício para acender a lareira, mas logo a preguiça me fez voltar pra cama por mais alguns minutos.
Deitei-me confusa, tentando me lembrar da noite anterior, então notei manchas de maquiagem no meu travesseiro. Pude concluir que eu adormecera chorando.
Sentei na cama e olhei ao redor: garrafas de vodka no chão e uma forte enxaqueca denunciavam minha recente embriaguez. Cartelas de comprimido vazias explicavam o meu pequeno lapso de memória.
Logo a cena se formou em minha mente. Lembrei-me de gritos, lágrimas e de uma longa discussão. Nossas fotos rasgadas jogadas no chão elucidavam o desfecho: rompemos. 
Eu ainda podia ouvir o som da porta batendo quando você deixou o meu quarto. 
Confusão mental e coração partido.
A chaleira apitou, a água ferveu, voltei à realidade. 
Meu estômago não era mais a única coisa vazia dentro de mim, senti meu coração mais frio do que o tempo lá fora.
Sem saber o que fazer, servi-me uma xícara de chá e sentei-me em frente à lareira. Mais uma vez as chamas prenderam minha atenção.
Perdi-me em meus pensamento e, minutos depois, senti lágrimas brotando em meus olhos, meu corpo frio estremeceu com o calor do chá e do fogo. 
Achei melhor regressar ao quarto.
O dia cinza e o clima gelado agora me faziam sentido, a alegria dera lugar à melancolia.
Com a cabeça pesada, logo adormeci abraçada ao travesseiro borrado. 
Me perguntava quando ele voltaria a ser você.


Maria Eduarda Amorim