Quem sou eu

Escrever alguma coisa não é simples como parece. Um texto que através de palavras, passe emoções e sentidos, exige sentimentos. Não tem hora ou lugar para se escrever. O segredo da escrita é colocar no papel o que seu coração te diz. Nunca deixe de ouvi-lo, porque quando um coração fala você é capaz de escrever palavras que nunca poderia imaginar. O melhor de escrever é provocar a reação final no leitor. Começar um blog é extremamente monstruoso. Parece um bicho de sete cabeças! Mas, nós duas estamos aqui para desvendar esse desconhecido. Por favor, se alguém quiser ler sobre algo, dê a sugestão. Quem sabe não vira um texto interessante? Deixem comentários nos textos que gostarem e também nos que não gostarem. Não é só de elogios que o homem progride, precisamos de críticas! O blog “Weird and Greasy” nasceu para suas autoras expressarem seus sentimentos e provocarem emoções em seus leitores. Esperamos, sinceramente, que todos gostem e se identifiquem com pelo menos um texto. Aproveitem!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Trecho

Eu queria tanto que ele pronunciasse aquilo. Ansiava tanto por ouvir aquelas cinco letras saírem de sua boca. Imaginei inúmeras vezes de diferentes maneiras essa mesma cena:
    - Fique!, ele me dizia com lagrimas nos olhos.
    Eu fingia duvida quando na verdade já sabia que não sairia dali, e respondo meio confusa:
    - Eu não... não sei, eu...
    Ele, então, segurava a minha mão esquerda e levantava o meu queixo, para que não tivesse chances de desviar o meu olhar. Seus olhos eram suplicantes. Sabia que me amava, porque essa revelação estava estampada bem ali em suas profundezas escuras. Ele me puxava para mais perto, até alcançar a minha orelha e sussurrar:
    - Fique!
    Eu fechei os olhos e passei a acompanhar sua respiração descompassada que roçava o meu pescoço. Meu coração disparava e minhas pernas estavam bambas. Podia sentir o calor de seu corpo cedendo na minha pele macia. Eu estava prestes a ser beijada pelo homem que havia roubado o meu coração. E, no próximo segundo, era beijada graciosamente. 
Como disse, sonhei inúmeras vezes com esse momento, mas minhas expectativas foram quebradas como porcelana. Ele não disse essas palavras. 
Quer dizer, eu podia ver que seus olhos gritavam para que eu ficasse ali, mas por alguma razão as palavras não foram ditas. Eu insisti, já com lagrimas se formando nos meus olhos e uma imensa dor transbordando dentro do meu coração:
    - Tem alguma coisa que eu deveria saber? Digo, precisa me dizer alguma coisa?
    Ele apenas balançou a cabeça negativamente. Aquele gesto acabou com a minha compostura e não pude deixar que uma lagrima não escapasse. Senti-a escorrendo. Dei um leve sorriso e me despedi:
    - Bom... É, bom, então, se é assim... É melhor eu ir andando, porque preciso arrumar as malas e ainda tenho que viajar e arrumar a papelada da matricula...
    Senti que aquilo o torturava. Mas ele não falou a palavra magica. Acho que não me amava o suficiente para pronuncia-las. Acho que era suficientemente  indiferente a ponto de me deixar partir para mais de dezoito horas de viagem dali. Acho que não significava tanto assim. Acho que não se importava em não me ver ou ouvir a minha voz todos os dias. 
    Com muita tristeza e iludida pelo cupido estúpido, que havia flechado o meu coração e hipnotizado os meus olhos para aquilo que eu gostaria de enxergar, virei as costas e parti, deixando o choro inundar o meu rosto.  



Paula Amorim

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Cinco minutos

De repente me deu uma vontade incontrolavel de ir até aquele estádio. Correr dentre aquela multidão procurando por você. Porque vários rostos me observarão, mas o único olhar que acalmaria o meu coração seria o seu. Assim que eu te avistasse abriria o maior sorriso do mundo e correria o mais rápido do que minhas pernas pudessem aguentar, só para poder te tocar. Preciso do seu toque quente que aquece e derrete a minha pele gelada. Preciso escutar o seu coração acelerado encostada junto ao seu peito. Preciso segurar a sua mão mais uma vez e me convencer de que esse é o encaixe perfeito. Preciso olhar nos seus olhos pela milésima vez para sentir essa energia que passa de você pra mim em um fluxo perfeito, mas que eu não canso por nada desse mundo!


Paula Amorim

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Quer saber? Eu te odeio!

  Quer saber? Eu te odeio! Odeio por me fazer acreditar em você. Odeio por fazer com eu procure sempre os seus olhos. Odeio por sempre estar estampado nos meus pensamentos mais profundos e secretos. Odeio por estar morando no meu coração.
  Te odeio por sempre fazer com que eu mude todos os meus planos da semana e por me fazer esperar nos fins de semana. Te odeio por ser sempre tão educado e atencioso comigo. Odeio o seu jeito bobo perto de mim. Odeio sentir a sua presença no ambiente. Odeio saber que estamos separados por dois anos e uma parede. Odeio falar com você no telefone e ouvir a sua voz do outro lado da linha dizendo boa noite acompanhado do meu apelido preferido, ao invés de apenas dizer tchau sem ao menos mencionar o meu nome.
  Odeio o jeito como você me olha ou como pronuncia o meu nome.Odeio por sempre me deixar sem palavras. Odeio por adivinhar meus pensamentos. Odeio por sempre reparar nos mínimos detalhes da minha vida. Odeio por querer garantir que eu esteja sempre bem. Odeio quando você elogia coisas que eu odeio em mim mesma. Odeio quando você me deixa ter controle sobre tudo. Odeio como o seu cabelo é mais bonito do que o meu. Odeio por você deixar eu te humilhar. Odeio quando você me pede ajuda. Odeio mais ainda quando você fica todo sem jeito quando te pego em flagrante me observando.
  Odeio não estar com você todo o instante em que eu respiro. Odeio não poder acompanhar todos os seus movimentos. Odeio, odeio, odeio! Eu odeio tanto você e tantas coisas sobre você que eu poderia gastar páginas e mais páginas te odiando, mas isso não faria eu parar de te amar. Por isso, eu te odeio!

Paula Amorim

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Eu só preciso de tempo!

          t               t                          Eu só preciso de tempo! Mas ele não pode me esperar... Ele sempre tem
           e            e                         que estar na hora certa e no tempo presente. Nunca pode se atrasar ou se
            m       m                           adiantar. É apenas um pobre coitado que segue regras, não possui desejos.
               p   p                              Porém, quem define qual é a hora correta? Quem pode ter certeza se vive
                 o                                 realmente o presente? E se alguém estiver preso no passado ou vidrado no
                                                    futuro? Está errado?
                                                     E se não me sentir pronta para acompanhar o ritmo do tempo? Teria algo
                                                   de errado comigo? E se eu já não soubesse mais contar o tempo e me per
                                                   desse? E se eu tenho, como penso que tenho, vontade de parar o tempo?
                                                   É tão injusto isso... Eu só preciso de tempo!
                                                  
                                                     Paula Amorim