Quem sou eu

Escrever alguma coisa não é simples como parece. Um texto que através de palavras, passe emoções e sentidos, exige sentimentos. Não tem hora ou lugar para se escrever. O segredo da escrita é colocar no papel o que seu coração te diz. Nunca deixe de ouvi-lo, porque quando um coração fala você é capaz de escrever palavras que nunca poderia imaginar. O melhor de escrever é provocar a reação final no leitor. Começar um blog é extremamente monstruoso. Parece um bicho de sete cabeças! Mas, nós duas estamos aqui para desvendar esse desconhecido. Por favor, se alguém quiser ler sobre algo, dê a sugestão. Quem sabe não vira um texto interessante? Deixem comentários nos textos que gostarem e também nos que não gostarem. Não é só de elogios que o homem progride, precisamos de críticas! O blog “Weird and Greasy” nasceu para suas autoras expressarem seus sentimentos e provocarem emoções em seus leitores. Esperamos, sinceramente, que todos gostem e se identifiquem com pelo menos um texto. Aproveitem!

sábado, 7 de abril de 2012

Cold

Sete e trinta e oito da manhã, acordei com a chuva batendo em minha janela. 
Era um sábado frio e cinzento, fiquei feliz. 
Levantei-me ainda enrolada nas cobertas para colocar água para esquentar na chaleira. 
Meu estômago estava vazio e chiava de fome, precisei alcançar alguns biscoitos no armário enquanto observava o fogo. As chamas realmente me impressionavam.
O tempo frio se tornou propício para acender a lareira, mas logo a preguiça me fez voltar pra cama por mais alguns minutos.
Deitei-me confusa, tentando me lembrar da noite anterior, então notei manchas de maquiagem no meu travesseiro. Pude concluir que eu adormecera chorando.
Sentei na cama e olhei ao redor: garrafas de vodka no chão e uma forte enxaqueca denunciavam minha recente embriaguez. Cartelas de comprimido vazias explicavam o meu pequeno lapso de memória.
Logo a cena se formou em minha mente. Lembrei-me de gritos, lágrimas e de uma longa discussão. Nossas fotos rasgadas jogadas no chão elucidavam o desfecho: rompemos. 
Eu ainda podia ouvir o som da porta batendo quando você deixou o meu quarto. 
Confusão mental e coração partido.
A chaleira apitou, a água ferveu, voltei à realidade. 
Meu estômago não era mais a única coisa vazia dentro de mim, senti meu coração mais frio do que o tempo lá fora.
Sem saber o que fazer, servi-me uma xícara de chá e sentei-me em frente à lareira. Mais uma vez as chamas prenderam minha atenção.
Perdi-me em meus pensamento e, minutos depois, senti lágrimas brotando em meus olhos, meu corpo frio estremeceu com o calor do chá e do fogo. 
Achei melhor regressar ao quarto.
O dia cinza e o clima gelado agora me faziam sentido, a alegria dera lugar à melancolia.
Com a cabeça pesada, logo adormeci abraçada ao travesseiro borrado. 
Me perguntava quando ele voltaria a ser você.


Maria Eduarda Amorim

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