Quem sou eu

Escrever alguma coisa não é simples como parece. Um texto que através de palavras, passe emoções e sentidos, exige sentimentos. Não tem hora ou lugar para se escrever. O segredo da escrita é colocar no papel o que seu coração te diz. Nunca deixe de ouvi-lo, porque quando um coração fala você é capaz de escrever palavras que nunca poderia imaginar. O melhor de escrever é provocar a reação final no leitor. Começar um blog é extremamente monstruoso. Parece um bicho de sete cabeças! Mas, nós duas estamos aqui para desvendar esse desconhecido. Por favor, se alguém quiser ler sobre algo, dê a sugestão. Quem sabe não vira um texto interessante? Deixem comentários nos textos que gostarem e também nos que não gostarem. Não é só de elogios que o homem progride, precisamos de críticas! O blog “Weird and Greasy” nasceu para suas autoras expressarem seus sentimentos e provocarem emoções em seus leitores. Esperamos, sinceramente, que todos gostem e se identifiquem com pelo menos um texto. Aproveitem!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Indiferenças

  Pó. Havia partículas de pó por todos os cantos da casa. Os perfumes vencidos que repousavam estáticos em sua penteadeira evidenciavam o descaso de Elisa. As marcas das inumeras xicaras de café, que tomava durante as madrugadas de insônia, não saiam mais dos moveis velhos e desgastados de madeira escura. Uma velha, com seus vinte e poucos anos, vasculhava a pilha bagunçada e infindável de seus rascunhos. Estava desesperada! Na maioria das vezes, entrava nesse estado de pânico, aparentemente sem motivo. O que tanto procurava? Nada que estivesse ali, escondido, no meio de tantos papéis. 
  A solidão a matava. Não suportava ter que viver sozinha com seus peixinhos, que já bóiam na superfície da água escura de seu pequeno aquário havia mais de um mês. Já passou a idade da mulher jovem se casar. Elisa auto definiu seu status de relacionamento: intragável. Havia sido criada para permanecer sozinha, pois, apesar de ser sonhadora, era arisca em demasia. Na verdade, quando decidiu ser escritora, casou-se com os livros. Escrever exigia sensibilidade de percepção! Mas o que é da sensibilidade sem a emoção? 
  Após seu ataque inconsciente de fúria, ela deitava em meio as páginas espalhadas pelo chão e chorava em silencio. Quando se cansava de chorar, adormecia por um tempo incerto. Acordava, servia-se de uma pequena dose de uísque e ligava a vitrola, que havia ganhado como herança de sua avó, e dançava ao som de Billie Holliday. Mais lagrimas escorriam, porém, dessa vez havia um sorriso em seu rosto. A música a fazia bem... Uma das poucas coisas pela qual ela zelava era a a vitrola da avó. 


Paula Amorim

Nenhum comentário:

Postar um comentário